“Ao longo
de nossa trajetória como humanos, vivemos atrelados a determinadas normas que
consideramos as melhores e abandonamos outras que não dizem mais nada por
estarem em desuso ou fora de moda.
Nem
sempre é fácil fazer a escolha mais acertada. Muitas vezes nos agarramos à
"doutrina tradicional de uma igreja", mas esquecemos a fundamentação
bíblica descuramos do dever de nos adequar aos novos tempos. É necessária uma
adequação, um alinhamento. Uma tradição só é válida se nos ajuda a viver
intensamente os ensinamentos de Jesus Cristo.
Nossas
tradições - que nós criamos - servem para "disfarçar nossa
perversidade" ou nos ajudam a manter o coração unido a Deus e aos irmãos?
Ainda hoje encontramos, no seio das comunidades, "fariseus" e
"legisladores" que pretendem ditar normas de conduta ou ficarem
presos a certas leis já superadas e esquecem o fundamental e irrevogável: o
amor a Deus e ao próximo.
O
farisaísmo não é privilégio do passado, mas tentação a nos ameaçar
continuamente. Não estamos livres das pragas do legalismo, do preconceito, da
exterioridade; um cristianismo meramente ritualista e superficial; maior
preocupação em obedecer passivamente às normas recebidas do que em dar uma
resposta pessoal e comprometida aos chamados de Deus e aos apelos dos irmãos.
Ser fiel
observante de "regrinhas" dá a sensação de dever cumprido e até de
prestígio diante de Deus. Isso é muito fácil do que construir a própria vida no
amor e na liberdade de filhos e filhas de Deus, disponíveis para as necessidades
do próximo. O amor para com Deus e com os irmãos não tem regras
predeterminadas. Não podemos esquecer que a verdadeira religião passa pelo
próximo. A religião pura e santa aos olhos de Deus é esta: assistir órfãos e
viúvas, isto é, as pessoas excluídas, renegadas pela sociedade. Não é difícil
descobrir onde estão os "órfãos e as viúvas" de nossa sociedade.”